por Graça Afonso
Nesta altura do ano, entre Junho e Setembro, as praganas estão por tudo o que é campo. No fundo são sementes à procura da sua oportunidade de perpetuar a espécie. O vento e os animais são os seus transportes de eleição e algumas dessas sementes têm uma forma pontiaguda que se agarra ao pêlo dos animais, chegando a perfurar a pele e por essa via introduzem-se no corpo do animal, causando infecções silenciosas, já que orifício de entrada é minúsculo e acaba por fechar, tornando difícil relacionar os sintomas com a causa. Podem entrar nos ouvidos (otites), nas patas, nos olhos, no nariz, subir ao cérebro, e praticamente no corpo todo.
São um perigo eminente nesta época do ano e invisível, com consequências potencialmente graves para os nossos animais.
Alguns sinais de alerta
• Lamber ou coçar uma parte do corpo sem aparente justificação
• Abanar a cabeça
• Esfregar o olho ou não conseguir abri-lo
• Corrimento ocular
• Espirrar sem parar
• Sangue numa narina (epistaxis)
• Feridas (com ou sem pus)
• Inchaço ou coxear
Se a pragana já tiver migrado para o interior do animal e dependendo do grau dos danos causados a anestesia e a cirurgia serão inevitáveis.
E como evitar
Não passear? Não é a solução, mas pode sempre evitar zonas de ervas com sementes pontiagudas e sempre que terminar o passeio fazer uma inspecção com particular atenção às patas, nariz e ouvidos.
Um caso
O Kaiser, o pastor alemão de uma amiga minha andava há seis meses com queixas numa pata traseira, ora coxeava, ora aparecia um inchaço, que se suspeitou ser um tumor, depois fez análises para fundo e nada. Mudou de médico e logo foi sugerida a hipótese de se tratar de uma pragana e assim foi. Era uma pragana a causadora de todo aquele estrago. Quase doze pontos para fechar o acesso ao estrago dos tecidos que já era enorme. A partir daí a recuperação embora longa terminou com sucesso.